terça-feira, 30 de março de 2010

Revolução Puritana e Gloriosa

REVOLUÇÃO PURITANA


O puritanismo designa uma concepção da fé cristã desenvolvida na Inglaterra por uma comunidade de protestantes radicais depois da Reforma. Segundo o pensador francês Alexis de Tocqueville, em seu livro A Democracia na América, trata-se tanto de uma teoria política como de uma doutrina religiosa.
Segundo o dicionário Houaiss da língua portuguesa, o adjetivo "puritano" pode designar tanto o membro desta seita de presbiterianos rigoristas como aquele que é rígido nos costumes, especialmente quanto ao comportamento sexual (pessoa austera, rígida e moralista).


A Revolução Puritana foi um movimento que surgido na Inglaterra no século XVI, de confissão calvinista, que rejeitava tanto a Igreja Romana como a Igreja Anglicana.
As críticas à política da Rainha Isabel partiram de grupos calvinistas ingleses, que foram denominados puritanos porque pretendiam purificar a Igreja Anglicana, retirando-lhe os resíduos de catolicismo, de modo a tornar sua liturgia mais próxima do calvinismo.
Desde o início, os puritanos já aceitavam a doutrina da predestinação. O movimento foi perseguido na Inglaterra, razão pela qual muitos deixaram a Inglaterra, em busca de outros lugares com maior liberdade religiosa. Um grupo, liderado por John Winthrop, chegou às colinas da Inglaterra na América do Norte em abril de 1630.


As origens calvinistas do puritanismo
Esta variante do Protestantismo seria bem sucedida em países como a Suíça (país de origem), Países Baixos, África do Sul (entre os Afrikaners), Inglaterra, Escócia e EUA. Dando origem a vários segmentos que mudaram profundamente a história da humanidade. Calvino se opôs à Igreja Católica e à Seita dos Anabatistas, que muitos tentam associar às igrejas Batistas da atualidade. Mas é importante destacar que os batistas não aceitam o sono da alma e a poligamia, marcas do Anabatismo.
Calvino foi o primeiro a criticar a missa cristã, e talvez por isso seus séqüitos romperam com a Igreja Anglicana por continuar a realizá-la.
Em Genebra (quando Calvino ainda vivia), iniciou-se um conflito entre os partidários da casa de Sabóia (católicos) e os confederados (protestantes), que deram mais tarde origens aos grupos huguenotes.
Com os ideais iluministas, e a doutrina de Calvino, os primeiros protestantes ingleses se tornaram um grupo tipicamente conservador.



Conseqüências
O puritanismo não conseguiu substituir as estruturas de plausibilidade que o anglicanismo ofereceu à nação inglesa. As estruturas sociais anglicanas permaneceram. Apenas para uma pequena e influente minoria esta situação não era satisfatória, e esse grupo era o dos puritanos, que travaram vigorosas e infrutíferas batalhas com o governo político-religioso da Inglaterra. Em todos esses eventos, o apoio de Calvino foi influente na tentativa de levar sua doutrina a uma nação cujos laços com Roma haviam sido cortados apenas pela vaidade de um Rei.
A doutrina calvinista é hoje largamente professada entre os fiéis anglicanos, e nela sobraram apenas traços da liturgia do catolicismo.
Muitos dos puritanos fugiram para países como os EUA, onde introduziram o Presbiterianismo oriundo da reforma calvinista da Igreja da Escócia.

REVOLUÇÃO GLORIOSA



A Revolução Gloriosa foi um evento histórico que ocorreu no Reino Unido entre 1685 e 1689, na qual o rei Jaime II da dinastia Stuart (católico) foi removido do trono da Inglaterra, Escócia e País de Gales, substituído por sua filha, Maria II e pelo seu genro, o nobre holandês Guilherme, Príncipe de Orange.

Guilherme III, conhecido também como Guilherme de Orange
Considerando as revoluções de 1640 e de 1688 como parte de um processo, pode-se afirmar que a Inglaterra tinha dificuldades nas relações de ofício que impediam o aumento da produção industrial, pois limitavam a entrada de novos produtores nas áreas urbanas.
Durante o seu reinado de 3 anos, o rei Jaime II tornou-se vítima da batalha política entre catolicismo e protestantismo, bem como entre os direitos seculares da coroa e os poderes políticos do Parlamento.
O principal problema de Jaime II, era este ser católico, o que o limitava perante ambos os partidos do parlamento (os tories - conservadores e os whigs - liberais). Qualquer tentativa de reforma tentada por Jaime era vista como suspeita.
Jaime foi perdendo seu prestígio por algumas políticas consideradas indesejadas, como a criação de um exército permanente e a tolerância religiosa (desde Henrique VIII que os católicos foram discriminados). Enquanto que o seu irmão e predecessor, Carlos II de Inglaterra, tinha feito o mesmo, ele não tinha sido abertamente católico como Jaime.
A questão degradou-se em 1688 quando teve um filho (James Francis Edward Stuart, conhecido como "the old pretender"). Até ali, o trono teria passado para a sua filha protestante, Maria. A perspectiva de uma dinastia católica tinha-se tornado agora real. Líderes do partido Tory, até aqui leais ao rei, uniram-se aos membros da oposição, Whig, e propuseram-se resolver a crise.
Foi lançada uma conspiração para depor Jaime e substituí-lo pela sua filha Maria e pelo seu marido Guilherme de Orange, ambos protestantes. Guilherme liderava a Holanda, então em guerra com a França: a Guerra da Grande Aliança. Vendo a hipótese de adicionar a Inglaterra à sua aliança, Guilherme e Maria desembarcaram em Brixham, Devon, em 5 de Novembro de 1688 com um grande exército holandês.
O exército de James, comandado pelo futuro duque de Marlborough, desertou, tendo Jaime fugido para Kent, onde foi capturado. A memória da execução de Carlos I ainda estava viva, pelo que lhe foi permitida a viagem para França.
Em 1689, reuniu-se a convenção do parlamento, que declarou que a fuga de James equivaleu à abdicação. O trono foi oferecido a Guilherme e Maria, como governadores conjuntos, um arranjo que eles aceitaram. Guilherme de Orange foi então coroado Rei, com o título de Guilherme III, e Maria foi coroada como Rainha, com o título de Maria II tanto na Inglaterra como na Escócia.
Apesar de uma revolta em apoio de Jaime na Escócia, a primeira rebelião Jacobita, e na Irlanda, onde Jaime usou os sentimentos católicos locais para tentar recuperar o trono em 1689-1690, a revolução permaneceu calma, a revolta nas Highlands escocesas foi domada, apesar da vitória Jacobita na batalha de Killiecrankie, e Jaime foi expulso da Irlanda no seguimento da batalha de Boyne.
A Revolução Gloriosa foi um dos eventos mais importantes na longa evolução dos poderes do parlamento e da Coroa inglesa. Com a passagem no parlamento da Bill of Rights (declaração de direitos), foi tornado impossível o retorno à monarquia por um católico, e acabou com as tentativas recentes para o absolutismo monárquico, nas ilhas britânicas, ao circunscrever os poderes do monarca.
O evento marcou a supremacia do parlamento sobre a coroa. Os novos monarcas devem a sua posição ao parlamento. O sucesso da Revolução Gloriosa veio 4 anos depois do falhanço da Rebelião Monmouth em destronar o rei.

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